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terça-feira, maio 25, 2004

Diz-me o que vestes na TV...e dir-te-ei quão foleiro és 

Embora não sendo apreciador do género, pois prefiro as novelas da TVI e alguma ficção de eleição oriunda da Venezuela, tive oportunidade de me fustigar um pouco vendo um bocado do pastelão que foi o casamento dos príncipes de Espanha. Também, para os desgraçados que não têm Tv Cabo também não havia grande margem de manobra já que foram sorteadas viagens a Espanha para uma resma de gente dos principais canais portugueses.
Não me querendo alargar sobre o ar de frete que ambos os consortes tinham, em que mais parecia que estavam a assistir a um discurso do Sampaio do que a casarem-se, fixei um pormenor assim a modos que interessante. Porque será que os jornalistas lusitanos que foram passar féri...perdão cobrir o evento, estavam vestidos como se efectivamente fossem participar na boda? Ele era fatiota luxuosa, vestido de gala tudo isto para estar nos portões de entrada...Será que houve alguma refeição nas traseiras servidos aos jornalistas mais fashion ou terão que ter ido comer umas tapas ao restaurante do hotel ou a uma tasca local naqueles preparos. Não digo que não tivessem uma roupita melhor, um tailleurzito jeitoso mas aquilo parece-me um bocado exagero. Se se trata de uma desculpa do género estar vestido para a ocasião então exijo ver a dupla bem nutrida de Gabriel Alves e Paulo Catarro de calção e tshirt no próximo jogo que estejam a comentar.
O que ainda me leva a outro pormenor: alguém já terá notado um ogre com uma burka em cima que a TVI deixou à solta no Iraque??? O que é aquilo não sei, o que sei é que a comunidade cigana em Portugal ficou muito contente, porque pensa que pela primeira vez há uma cigana a ser enviada de Portugal para o estrangeiro sem ser por motivos de deportação...



Mande Chumbo Quente uma vez por dia e livre-se de uma vez por todas da azia.
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quarta-feira, maio 19, 2004

Festival da Merdovisão 

Antes de mais, um pedido de desculpas aos fieis leitores por dois motivos: primeiro por um menor fluxo de posts (até parece anúncio de penso higiénico), que posso justificar com o facto de no intervalo de fazer posts e outros hobbies também trabalhar, ao contrário de muitos dos madraços que perdem tempo a ler estas baboseiras. Em segundo lugar, pelo título mais agressivo, o qual tem a sua explicação na pura realidade, ou seja, o motivo deste apontamento é do ponto de vista qualitativo mesmo uma merda...
Tenho por certo que tudo o que começa, por norma tem de ter um fim. O Festival da Eurovisão parece querer contrariar essa regra, para mal dos nossos pecados. Desde que era um rapazote de tenra idade que me lembro desse ícone televisivo que mantinha as famílias agarradas ao écran. Hoje em dia, se se agarrarem ao ecran só se for para partir a trampa do aparelho e por fim ao sofrimento em que se tornou esse pastelão.
Podem dizer-me, que os tempos mudaram, que o formato mudou, que Portugal já não acaba sempre em último (agora nem sequer vamos à fase final), que os portugueses já não limpam sempre 10 pontos em França à conta dos emigrantes (o que prova que a cultura musical dos portugueses no estrangeiro está a aumentar), que só o Eládio Clímax, perdão Clímaco é que ainda é um denominador comum desde o Festival da Eurovisão de 1397, que para mim vai dar ao mesmo. AQUILO NÃO PRESTA e é maior tortura e humilhação do que as diabruras que os americanos andaram a fazer com aqueles desgraçados iraquianos nas prisões.
Comecemos pelo Eládio: esse mito da locução portuguesa já nem disfarça que o festival já não o faz chegar ao climax como antigamente. Lá tem uns requebres a lembrar o Eládio de outros tempos, mas a maior parte das vezes dá a sensação que podia ser uma cassete áudio da locução do festival do ano passado que ninguém ia dar por isso. Se calhar nem o próprio Eládio. Antes de terminar este capítulo, um pequeno aparte que sempre me intrigou. Que raio de pais chamam Eládio Clímaco ao filho??? Adoradores de satã??? Imigrantes paquistaneses camuflados??? Ou simples progenitores com sentido de humor mórbido??? Quem souber que não se detenha e avance com uma resposta.
Passemos à chachada em si. 98% das músicas que por passam no Festival da Eurovisão são uma bosta e ponto final. Os restantes 2% pertencem a gajos que foram enganados e concorreram a pensar que aquilo era um casting para uma peça do La Féria. Em Portugal a desculpa que vale é que não temos letristas à altura dos interpretes que temos. Tudo bem, mas depois de termos lá mandado um espécime de nome Rui Bandeira que parecia uma versão abichanada da Sofia Alves já devíamos era ter sido banidos do concurso, isto para não falar de uns Da Vinci, que tinham o carisma visual de um caixote do lixo a transbordar.
A verdade é que o Festival só tem piada para aqueles que o aturam há pouco tempo e que ainda têm pachorra para lhe encontrar uma vertente de comédia, nomeadamente entre os países de leste. Entre Letónia, Lituânia, Ucrânia, Estónia, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Arménia, Moldávia, Macedónia, Eslovénia, Eslováquia e por aí em diante aquilo até tem ar de competição de bairro entre o ídolo pop da colectividade lá do sítio, especialmente enquanto é novidade. Quando isso acabar, nem eles lhe vão pegar.
Entre gente que canta num inglês bastante duvidoso ou na sua língua materna, em que muitas das vezes o espectador tem dúvidas se aquilo era mesmo assim ou se o gajo tá engasgado com alguma coisa, venha o diabo e escolha. Nem sequer compensa a vertente visual, pois depois de filtrados os abichanados, os padeiros e as rameiras ficam apenas 2 ou 3 interpretes: um cego turco, uma criança Bósnia e um rabi israelita.
Mas pronto, devo ser eu que sou esquisito, porque ano após ano o Festival volta a atacar. Alguém se junta a mim num abaixo assinado?



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sexta-feira, maio 07, 2004

Hooligans à portuguesa 

Digam o que disserem sobre o Euro2004, que estará tudo pronto, que vai tudo correr bem, eu olho para o cenário presente e não fico muito convencido e o que aconteceu no último Sporting-Benfica só reforça a minha desconfiança.
Face à invasão de campo que sucedeu em Alvalade, foi óbvio para todos que os hooligans portugueses não estão minimamente preparados para o grande evento que aí vem e isso afecta as outras estruturas que giram em volta do futebol. Como vimos, os desordeiros nacionais não têm o equipamento adequado, pois muitos deles coitados estavam inclusive em tronco nu, ao passo que em Inglaterra (pátria dos hooligans de topo) desordeiro que se preze vai sempre ao estádio com roupa desportiva de marca. O facto dos poucos “pretendentes a hooligan� que chegaram a pisar a relva em Alvalade terem na sua maioria caído sozinhos, prova também que não possuem calçado adequado para invasões de campo. Poderão alegar que as suas quedas mais do que se deverem ao calçado, se deveram à tosga que os meliantes tinham em cima. Mais uma prova de má preparação, pois a pouco mais de um mês do Euro, já devia ter sido feita uma triagem e todo o hooligan que não aguente 5 litros de cerveja no bucho e/ou 1,5 litros de bebidas brancas devia ser afastado do estádio para não denegrir a classe.
A forma física em que muitos desses hooligans estão, também me pareceu deixar muito a desejar. Barrigas proeminentes, pouca coordenação motora e lentidão de reacção foram algumas das falhas mais óbvias detectadas em Alvalade. A culpa parece-me que se deve à pouca organização e competitividade existentes, em termos de campeonatos de porrada entre claques nacionais, já que aí se verifica uma hegemonia e superioridade numérica dos três grandes (de onde vêm a maior parte dos seleccionáveis a hooligans de selecção) que levam a algum laxismo dos hooligans dos clubes acima citados. Fosse isto como em Inglaterra ou na Holanda, onde qualquer jogo de campeonato pode originar belos festins de pancadaria antes e depois das partidas, tanto com rivais como com forças da ordem e o panorama certamente seria outro.
Outro facto a citar em termos de hooliganismo nacional à beira do Euro, é a falta de preparação idiomática. Continuam apenas a elaborar-se cânticos e insultos no idioma de Camões. Se bem que isto chega plenamente para o campeonato nacional e até para jogos com adversários de idioma castelhano, tal é claramente insuficiente quando chegamos a grandes eventos como o Euro. Gritar “ó Nikopolaidis vai pró c’ralho� ou “Atenas, Atenas, tem paneleiros às centenas� não me parece que vá afectar psicologicamente a selecção grega no jogo contra a selecção das quinas (sobre o bastante apaneleirado boneco Kinas falaremos noutra altura). Contra os russos o português até pode funcionar, já que os adeptos russos na bancada são na maioria gajos que já trabalham cá, por isso compreendem os nomes que lhes chamamos. O problema aí é quando insultarem a nossa equipa na língua de Tolstoi. Tirando o Carlos Fino e mais dois ou três resistentes do PC, poucos serão os que compreenderão.
Se até aos taxistas estão a dar formação de língua inglesa para o Euro (embora eu ache que lhes deviam era dar mapas de Lisboa e das outras cidades, para que aprendessem quais os caminhos directos para os vários sítios, em vez de levarem os camones a dar voltas do arco da velha), também os hooligans deviam receber formação de idiomas, com os principais insultos nas línguas de maior fluência internacional e construção frásica de cânticos obscenos. Até porque devemos ter em conta que, se Portugal passar aos quartos de final defrontará possivelmente uma França ou Inglaterra e aí arriscamo-nos a ser vexados em termos de hooliganismo.
Todas estas falhas de preparação ao nível de hooliganismo acabam por afectar a forma como as forças policiais nacionais e os ditos “stewards� se prepararam para o Euro. A polícia anti motim, visto que não há hooligans a valer, vê-se obrigada a fazer simulacros com estudantes e/ou desempregados que vão todos alegres e a sorrir para cenários onde deviam estar raivosos como cães. Já que não conseguem convocar uns hooligans em condições, ao menos levavam estilo a Ministra das Finanças, o Bagão, a tipa do Ensino Superior e o da Educação e quem sabe, até mesmo o Durão e diziam às pessoas: “Vá, se passarem por nós podem arriar nesta cambada à vontade�. Aí sim, ia ser preparação a valer e na pior/melhor das hipóteses teríamos que arranjar um Governo novo.
Mas pronto, preparamos sempre tudo na base do desenrasca e nem no hooliganismo conseguimos brilhar, pois quando um polícia anafado e um dirigente desportivo pseudo-sósia do Richard Gere conseguem deter uma invasão de campo, não é preciso dizer mais...



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segunda-feira, maio 03, 2004

Agradecimento 

Quero apenas agradecer ao primeiro leitor que se deu ao trabalho de me escrever um email, após um mês de blog a funcionar. Fica então o meu bem haja ao Sr.Optimus e ao seu email, de nome “Aproveite a oportunidade�.
Não percebi porque raio não mencionou o meu blog uma única vez na missiva que me enviou, nem porque quer à força que eu lhe compre um telemóvel, mas fique descansado que vou ter em conta as suas amáveis palavras.
Lá diz o ditado “a intenção é que conta�.



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O dom da palavra 

Nem toda a gente foi abençoada com o dom da palavra, mas por vezes até essas pessoas têm laivos que estão algures entre a genialidade e a imbecilidade. O pequeno episódio que vou passar a descrever é verídico e por isso mesmo, o nome dos intervenientes será uma vez mais protegido.
Asdrúbal era um gajo estranho da mesma turma que Ludovina. Sempre tinha tido um fascínio pela bela Ludovina, mas sendo abençoado com a destreza verbal de um gibão e a sagacidade romântica de um Casanova em coma cerebral profundo, o pobre Asdrúbal nunca conseguiu expôr os seus sentimentos a Ludovina.
Uma dada noite, num jantar em que ambos compareceram, Asdrúbal resolveu procurar coragem no fundo de duas garrafas de tinto. O efeito não foi bonito...
Depois de extravasar toda a sua alegria, lambendo uma página do Correio da Manhã em que estavam as Misses em fato de banho, um já bastante alcoolizado Asdrúbal pensou para si mesmo “Desta não escapas Ludovina�.
Levantou-se do seu lugar (ou melhor, cambaleou) e dirigiu-se à moça que inocentemente falava com dois colegas.
- Ó Ludovina, ó Ludovina...- chamou Asdrúbal tentando puxar o braço da sua musa, sem notar que estava a puxar o de Venceslau, garboso jogador de pelota basca que se entretinha também a bater um coirato a Ludovina.
- Diz lá Asdrúbal – respondeu-lhe Ludovina, com o entusiasmo com que qualquer pessoa normal atura uma dupla de Jeovás.
- Tu...Tu...Tu – balbuciou Aníbal, parecendo por momentos uma linha telefónica impedida.
- Sim...- disse cautelosamente Ludovina, antevendo o pior.
- Tu queres ir para a cama comigo? – disse de uma arrancada Aníbal, com os olhos semi-cerrados e cuspindo tantos projecteis que até parecia fogo de artifício de passagem de ano.
O burburinho foi imediato. Ludovina passou-se dos carretos e tentou partir para a agressão, que nem um João Pinto descontrolado. Asdrúbal teve de ser retirado de perto da enraivecida moça com honras de segurança que fariam inveja ao Bibi. Levado até ao lavatório mais próximo, alguns colegas tentaram chamar Asdrúbal à razão. “Então pá, tu conheces a Ludovina há um ano e pouco, nunca lhe disseste mais do que bom dia ou boa tarde e pouco mais e sais-te com uma dessas? Tu estavas à espera de quê?�
A mágoa era visível no rosto de Asdrúbal, assim como a marca dos dedos de Ludovina, que ainda lhe tinha conseguido dar uma chapada. O desventurado recompôs-se e disse ainda meio alcoolizado:
- Têm razão, não sei o que me passou pela cabeça. Vou ter de lhe pedir desculpas.
Temendo nova zaragata, os colegas tentaram dissuadi-lo, que era melhor não, que deixasse acalmar as coisas e noutro dia com mais calma pedir então desculpas.
Asdrúbal foi irredutível. O momento era agora, o local era ali. Dirigiu-se a Ludovina, que já tinha sido avisada das intenções do marialva e começou:
- Ó Ludovina queria pedir-te desculpa, foi só uma brincadeira. Tu sabes que eu nunca iria para a cama com uma gaja como tu.
Desta vez foram precisas o dobro das pessoas para aplacar a ira de Ludovina, que tentou reduzir a fanicos Asdrúbal, que depois deste episódio ficou com uma vida social muito reduzida, acabando por deixar a faculdade, indo alistar-se na Legião Estrangeira, onde conheceu um jovem paquistanês que se tornou o dono do seu coração.
Nunca percebemos realmente se essa frase foi fruto do despeito da rejeição imposta por Ludovina ou se foi apenas mais uma alarvidade proferida por um pobre camafeu, mas nesse dia ficou escrita mais uma página do relacionamento entre homens e mulheres.



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